quinta-feira, 28 de julho de 2011

Amigo Raul - Viagem de Minas Gerais até o Chile de Bike

Relato – 10/07 a 28/07 Bem pra começar gostaria de expressar que desde que saí de casa só vem acontecendo positividade. Realmente estou impressionado e o fato é, que para para colher é necessário plantar. Por esses dias estou sempre pensando coisas boas e acredito que minhas atitudes vêm também nessa direção. Em relação a viagem, o trajeto. Nas estradas brasileiras que tive acesso ate agora é fato que pouquíssimas possuem um bom acostamento, isso quando possuem. Muitos trechos eram de fato bem perigosos, sem acostamento, com várias irregularidades e com grande movimento automobilístico. Os locais com mais segurança presenciados ate agora foram os da BR 101(na parte Rio-Santos) e a maior parte da Regis Bittencourt (BR 116), onde existe um bom acostamento (espaço suficiente e sem irregularidades). Porém em alguns trechos da 116 não existe acostamento algum e o tráfego é MUITO intenso, principalmente de caminhões, o período mas tenso ate agora. Passei também por varias BR`s simples onde o estado da pavimentação era horrível, sem acostamento e com mato entrando na pista. Bem, para resumir, os únicos trechos considerados realmente seguros foram os citados acima, o restante pode se dizer que de fato são perigosos. A bicicleta não apresentou nenhum grande problema, apenas um dia furou o pneu. Até aqui pedalei cerca de 950 Km, em 18 dias, pode se dizer que no final de cada dia me encontrava cansado. Porém, todos os dias consegui dormir bem e assim pude sempre dar continuidade na ``caminhada``. Todos os dias, ao menos a ``Saudaçao ao Sol`` foi realizada logo pela manha, antes do pedal. De fato, ao acordar nos encontramos meio sonolentos, a prática de Yoga nos coloca ativos, os músculos são mais ``vivenciados``, nossa atenção (concentração) é muito apurada, resumindo. Minha alimentação vem sendo bem interessante, muitas frutas, arroz e feijão(quando possível uma salada) e diversas fontes de carboidratos, ponto negativo estou tomando muito café. Em relação as pessoas que venho conhecendo, só positividade. Na maior parte das vezes meus principais companheiros são pessoas de mais de 40 anos pelo menos. Pessoas cheias de boas historias pra contar, sempre escutando sobre a violência encontrada no Brasil hoje, a correria que somos forçados viver, a falta de atenção que estamos vivendo em relação a alimentação. Uma outra observação que de fato é corriqueira, ``a natureza é perfeita, o HOMEM é o único que foge desse ciclo e alem disso vem destruindo tudo``, pô olha o titulo do projeto que fiz `` Cicloviagem: uma possibilidade de tomada de pertença a natureza e vivencia sem competição``, realmente temos que parar para refletir nossas atitudes diárias. Outras conversas freqüentes, hoje julgamos muito uns aos outros e ninguém tem esse mérito, já que cada ser humano passa por diferentes experiências e responde a essas de diversas maneiras. Pude conhecer pessoas que estão passando por momentos difíceis, como os dependentes químicos, um mal que vem cada vez mais crescendo e o fato é isso acaba literalmente com o sujeito e o que pude observar que muitas vezes, a inserção nesses químicos, esta relacionada ao nosso modo de vida atual, extremante consumista e onde o sujeito não tem a oportunidade de ser o que é de fato, e tem que viver em mentiras, eu diria, preocupado com o status perante a sociedade. Muitas vezes o sujeito não agüenta tanta pressão, onde tem que ter " aquilo". Muitas das vezes foi expressado por tais indivíduos que a falta de um objetivo maior torna a entrada nessa vida mais fácil! Ponto importante, hospitalidade, bem queria deixar claro que de fato, não existe ninguém mais receptivo do que o povo mineiro (de acordo com minhas experiência é claro). Pessoas mais humildes ou aqueles que vem de origem humilde são realmente mais amigáveis. Por exemplo a baixada santista(isso inclui outros municípios além de Santos) é um local onde o povo não é nada receptivo, pessoas que olham muito ``torto`` quando olham para pessoas como eu, um ardarilho pedinte aos olhos desses, mas com certeza encontrei muitas pessoas maravilhosas. Em alguns momentos da ``caminhada`` fui a principio não muito bem tratado, após a pessoa ver que se tratava de um estudante (aos olhos desses com grana) a situação mudava simplesmente do nada. Algumas das maiores dificuldades, pedir algum tipo de ajuda e ser mal recebido, dormir em locais abertos (o sereno é osso), cruzar com alguns olhares ``malignos``, enfrentar estradas ruins e com muito movimento, não ter diversidade nos legumes e alguns momentos estar só é MUITO ruim! Ah e não adianta, a falta de uma presença feminina é MUITO ruim Tb! RAUL CARDOSO

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