quarta-feira, 23 de junho de 2010

SANTOCHA – Contentamento - 2º Nyama

Quando pensamos em contentamento podemos lembrar de alguém comprando o carro dos sonhos, entrando na sua casa própria, realizando o casamento com a pessoa amada, aquela, a quem desejou a vida inteira.


Quando pensamos em contentamento, podemos imaginar um estado de alegria profunda que nos mantém presentes, com uma mente estável. O primeiro é um estado temporário e fugaz de alegria. O segundo um estado de santocha.


Quando a mente não é estável, não estamos felizes, estamos sim inundados no sofrimento. Imaginemos a mente divagando entre passado e futuro. No passado, buscando alimentar-se de lembranças que, se doloridas, nos emocionam e nos fazem sofrer novamente. Se no futuro, sofrendo por aquilo que desejamos ter ou almejamos alcançar. E pensar na possibilidade de não ter ou não alcançar, nos faz sofrer. Estar contente, estado de santocha, portanto, é ter uma mente estável.


Para cultivar santocha é necessário uma mudança de padrões e condicionamentos.


Vamos imaginar uma pessoa que está sempre a criticar os outros, sempre a julgar. Será que essa pessoa pode ser contente? Esperando sempre mais, e mais dos outros? É claro que não. Querer mudar o outro, exigir do outro, nos afasta de santocha. Podemos sim, começar a mudança em nós mesmos. Podemos nos perguntar? Posso ser mais sereno? Posso ser mais compassível? 


Imaginemos também uma pessoa que sempre está a se lastimar. Lastima a sua situação, o seu corpo, o seu cabelo, o carro que não consegue trocar, a sua situação financeira. Há tantos desejos e tantas aversões (raga e devesha) que santocha se distancia.


Imaginemos também uma pessoa aversiva, sempre a agredir os outros, seja de forma verbal ou em ação. A energia da aversão se manifesta alimentando mais e mais aversão e santocha novamente está longe de ser vivenciada.


Para atingir um estado de santocha (contentamento profundo) precisamos nos libertar de querer mudar o outro, mas mudar a nós mesmos. Precisamos olhar a vida e aceitar cada situação “boa ou ruim” como uma oportunidade de aprendizado. Precisamos libertar-nos de sentimentos egoísticos, raivosos, coléricos, depressivos, gananciosos que impedem de viver a vida com alegria e paz, pois estamos presos aos outros.


Libertar-nos do apego, da aversão, do medo, da inadequação é um passo a mais dado rumo ao estado de santocha em que, sendo equânimes, permitimo-nos a alegria de viver, aceitando a nós mesmos como somos, aceitando os outros como são, aceitando as situações da vida como elas se apresentam.


Cultivar um estado de gratidão é manter santocha presente em nossa vida, pois a energia da gratidão além de nos manter felizes é uma energia de cura que harmoniza e purifica nossa mente permitindo pensamentos mais elevados e nobres, deixando a mente estável e feliz.

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