sexta-feira, 9 de abril de 2010

AHIMSA- 1º Yama

YOGA E AHIMSA (não-violência)

Dizer que viver sem violência é utopia é o mesmo que negar a si mesmo o direito de viver em paz e em harmonia. Diante de tanta violência estampada não só em jornais e televisão, mas também dentro de nosso próprio convívio pessoal, parece difícil acreditar na não-violência. Mas é possível sim. E tudo começa por nós mesmos. Cultivar ahimsa -não-violência- em nossas vidas é muito mais que não agredir fisicamente a mim  e aos outros. Massacrar-nos com pensamentos obsessivos, com culpa, é uma forma de violência que impede de darmos passos para frente nesta jornada. Como exemplo dessa forma de himsa (violência) é se “torturar” com pensamentos por não ser como você acha e gostaria de ser neste momento, seja na forma física (muito magro, muito gordo....) seja em formas de qualidades (não sou tão bom como deveria....). Não apenas falar, mas também pensar maldade sobre outras pessoas também é uma forma de violência que com certeza, vai causar  mal a quem pensa, pois pensamentos e emoções afetam diretamente nosso corpo físico. Pensamentos e emoções negativas afetarão de forma negativa, pensamentos e emoções positivas afetarão nosso corpo de forma positiva.

O Yoga nos faz perceber sobre a grande teia que é o Universo, da interligação de todas as coisas. Para manter essa interligação é imprescindível cultivar atitudes de não-violência (ahimsa) e de amor para com todos e para com tudo. Não estamos sós no Universo, somos células interdependentes de um grande corpo cósmico. Tendo essa consciência saberemos que ao agredir nosso semelhante, estaremos agredindo a nós mesmos. O Universo não é constituído apenas por seres humanos. O respeito por todas as formas de vida também se faz necessário para manter a integridade da teia do Universo. O respeito também para com as formas que "consideramos" inanimadas (sem vida) também é incluído na prática de ahimsa. A não -violência deve ser praticada sob todas as formas, ou seja, palavras, ações e pensamentos. Começar por nós mesmos é começar a examinar nossa própria vida. Faça a pergunta a você mesmo: Como minha vida influi de maneira destrutiva (himsa) a qualquer outra forma de vida? Como meus atos, pensamentos e ações afetam meus relacionamentos, seja familiar, profissional ou no círculo de amizade? Olhe para você e perceba como você expressa seu amor, sua compaixão, compreensão a todas as outras formas de vida. Quando você está com raiva, irritado que palavras profere? Tenha consciência que palavras ditas num momento em que você deixa as emoções como raiva, mágoa, imperarem no teu ser podem doer mais que um tapa na face. Olhe para você e veja a que nível a competição em todas as suas formas (profissional, estética, etc) se manifesta em sua vida. Tenha consciência que essa competição desenfreada gera estados de violência para você mesmo e para os outros. Crescer na vida, ter o seu lugar na sociedade, cuidar de seu corpo, gostar de si mesmo são atitudes saudáveis e devem ser cultivadas por nós, porém não com o sentido de competição e com a sensação de que você só sentirá que está bem se está acima dos outros.

Ahimsa (não-violência) na forma de pensamento é muito importante. Nossos pensamentos estão constantemente conosco e são eles que, de forma sutil, interferem significativamente na maneira como vemos a vida, como vemos os outros seres. Quando deprimidos emitimos ondas de energia que tendem a deprimir o ambiente e afetar as outras pessoas. Se o nosso interior expande alegria, esperança, essas qualidades tendem a se expandir. Por isso nos sentimos bem ou mal em determinados ambientes e junto a certas pessoas. Nosso estado é responsável pelo modo como nós estamos presentes no mundo e interferindo no todo, pois tudo está interligado.

Ahimsa, portanto, não é utopia nos dias de hoje. Também não foi na época de Mahatama Ghandhi (grande praticante de ahimsa), usou a resistência pacífica para expressar seus pensamentos e indignação perante a situação política na época. Precisamos apenas estar cientes da grande teia do universo e fazermos a nossa parte.

Boa prática de ahimsa.

Namaste
Rosana Reginatto (professora do Espaço Shiva)

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